Tragédias Climáticas e a Urgência da Transição Energética: Custos Humanos e Econômicos em Escalada
Os eventos climáticos extremos não são mais exceções. Incêndios devastadores na Califórnia e enchentes históricas no Sul do Brasil, ocorridos em 2024 e 2025, mostram que os custos das mudanças climáticas estão crescendo em ritmo alarmante. Com a temperatura média global já próxima de um aumento de 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais, a necessidade de uma transição energética urgente deixou de ser uma questão de escolha e se tornou uma prioridade de sobrevivência.
Incêndios na Califórnia: Uma Realidade Devastadora
Os incêndios florestais na Califórnia devastaram 196 km² (76 milhas quadradas) em 2024, alimentados por ventos de até 161 km/h (100 milhas/h) e baixa umidade. O Eaton Fire e o Palisades Fire, juntos, resultaram em perdas estimadas entre US$ 135 bilhões e US$ 150 bilhões, segundo a AccuWeather.
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Esses números destacam os impactos financeiros diretos, mas não contam a história completa. O aumento da intensidade e frequência dos incêndios é um reflexo direto do aquecimento global, impulsionado pelo uso contínuo de combustíveis fósseis. Enquanto a Califórnia investe em prevenção, o ritmo do aumento das temperaturas globais ameaça sobrecarregar os sistemas de gestão de desastres.
Brasil: Enchentes no Sul e a Destruição Silenciosa
No Brasil, as enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul deixaram um rastro de destruição avaliado em R$ 88,9 bilhões, com 69% dos prejuízos concentrados no setor produtivo, de acordo com a Cepal. O impacto foi tão profundo que a economia do estado registrou uma retração de (-) 1,3% no Produto Interno Bruto (PIB).
Santa Catarina, em 2025, está sofrendo com enchentes de grande magnitude, cujos custos ainda estão sendo calculados. Esses desastres não apenas devastaram comunidades, mas também comprometeram estradas, energia, e, principalmente, a produção agrícola, um dos pilares econômicos da região.
A Transição Energética Não Pode Esperar
A dependência global de combustíveis fósseis, que vai além do transporte comumente falado e se estende a toda a cadeia produtiva , é a principal responsável pelo aquecimento global. O aumento de 0,5°C na temperatura média global, caso não seja controlado, trará efeitos catastróficos. Estudos apontam que esse nível de aquecimento tornará eventos climáticos extremos mais frequentes, intensos e destrutivos, afetando gravemente a produção de alimentos no mundo.
Sem uma transição urgente para fontes de energia renovável, como solar, eólica e hidrogênio verde, a segurança alimentar estará em risco. Perdas agrícolas já são visíveis em regiões atingidas por secas extremas, enchentes e incêndios. Além disso, a dependência de combustíveis fósseis aumenta os custos de produção, pressionando ainda mais a cadeia de abastecimento global.
Os Custos da Inação
A World Meteorological Organization (WMO) estima que os desastres climáticos geraram mais de US$ 500 bilhões em perdas globais nos últimos dois anos. No entanto, o custo da inação pode ser muito maior. O aumento contínuo das temperaturas médias comprometerá a biodiversidade, a estabilidade das economias e a sobrevivência de milhões de pessoas.
Governos e empresas precisam acelerar a transição energética, abandonando práticas baseadas em combustíveis fósseis e investindo em infraestrutura resiliente e sustentável. No Brasil, a Cepal defende a reconstrução sustentável das áreas afetadas, enquanto, nos Estados Unidos, estados como a Califórnia buscam ampliar o uso de energias renováveis e sistemas de prevenção.
A Escolha é Agora
A ciência é clara: cada fração de grau conta. Limitar o aquecimento global a 1,5ºC é essencial para evitar uma escalada de tragédias climáticas que comprometem não apenas economias, mas a própria sobrevivência da humanidade. A transição energética não é mais uma agenda do futuro – é uma ação imediata, necessária para proteger o planeta, garantir a segurança alimentar e mitigar os impactos devastadores das mudanças climáticas.
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