Estudos indicam que as mulheres apresentam um risco significativamente maior de desenvolver a doença de Alzheimer em comparação aos homens, com estimativas sugerindo que esse risco é quase o dobro. Pesquisadores estão investigando os mecanismos biológicos e metabólicos que podem estar por trás dessa diferença, oferecendo novas perspectivas para a detecção precoce e tratamento da doença.
Fatores Biológicos e Metabólicos
Metabolismo da Carnitina
Um estudo publicado na revista Molecular Psychiatry revelou que mulheres com Alzheimer apresentam níveis reduzidos de carnitina, uma molécula essencial para o metabolismo energético das células. A carnitina desempenha um papel crucial na utilização de gordura como fonte de energia e sua deficiência pode comprometer as funções cerebrais, agravando processos neurodegenerativos. Os cientistas sugerem que a carnitina pode se tornar um biomarcador sanguíneo para a detecção precoce da doença, especialmente em mulheres.
Fatores Hormonais
Outro fator relevante é a redução dos níveis de estrogênio após a menopausa, o que pode aumentar a suscetibilidade ao Alzheimer. O estrogênio possui propriedades neuroprotetoras, e sua queda pode influenciar diretamente o risco da doença. Além disso, estudos apontam que a presença do alelo APOE ε4, mais comum em mulheres, está associada a um risco elevado de desenvolvimento da doença.
Expectativa de Vida e Envelhecimento
A longevidade também é um fator relevante. Como as mulheres tendem a viver mais que os homens, elas estão mais propensas a desenvolver doenças neurodegenerativas relacionadas ao envelhecimento. Segundo o Instituto Nacional do Envelhecimento dos EUA, aproximadamente dois terços dos pacientes diagnosticados com Alzheimer são mulheres.
Implicações Futuras
Essas descobertas podem abrir caminho para o desenvolvimento de novos tratamentos e diagnósticos menos invasivos. A identificação de marcadores biológicos como a carnitina pode facilitar estratégias de rastreamento precoce, permitindo a implementação de abordagens terapêuticas mais eficazes. No entanto, especialistas ressaltam que são necessários mais estudos para validar essas hipóteses e compreender melhor a interação entre fatores genéticos, hormonais e metabólicos.
Com os avanços da ciência, espera-se que no futuro seja possível oferecer soluções mais personalizadas e eficazes para reduzir o impacto do Alzheimer, principalmente nas mulheres, que são as mais afetadas pela doença.
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